domingo, 24 de maio de 2009

Índios Cavaleiros? Hãnn?!



Sim, é verdade! Existiram índios no Brasil que se tornaram cavaleiros na época da colônia. Nos séculos XVI, XVII e XVIII alguns índios receberam título de cavaleiros, ou da Ordem de Cristo, ou da Ordem de Santiago ou da Ordem de Avis. Isto ocorreu pela necessidade que a coroa portuguesa tinha de estabelecer seu poder na colônia. Era interessante para Portugal criar figuras de poder locais, reconhecidas e respeitadas pelos nativos. Isso era importante tanto para legitimar o poder da coroa portuguesa entre os índios, quanto para enfrentar inimigos comuns.

Existem alguns registros de índios agraciados com títulos de cavaleiros tanto em Pernambuco, quanto no Rio de Janeiro, mas o índio mais famoso a se tornar cavaleiro foi Araribóia (em tupi, "cobra feroz" ou "cobra da tempestade"). Arariboia era cacique dos Temiminós quando os franceses, com o apoio dos Tamoios, tomaram o controle da Guanabara, na então Capitania do Rio de Janeiro, em 1555. Tendo perdido as suas terras, o cacique e sua tribo seguiram para a então Capitania do Espirito Santo, onde reorganizaram a sua aldeia e expulsaram alguns holandeses. Quando a Coroa de Portugal enviou ao Brasil o seu terceiro Governador-geral, Mem de Sá, com um contingente de soldados bem armados para retomar a Guanabara aos franceses, os portugueses estabeleceram aliança com Arariboia, conseguindo desse modo reforçar os seus efetivos em cerca de oito mil homens, indígenas conhecedores do território e inimigos dos Tamoios. A esquadra francesa se instalara na Guanabara em 1556, ocupando uma ilha e ali erguendo um forte. Para se contrapor às forças portuguesas, o comandante dos invasores, Nicolau Durand de Villegainon, firmou uma aliança com os índios tamoios, cerca de 70 mil homens naquela faixa do litoral. O acordo permitiu que as forças enviadas de Salvador por Mem de Sá, governador-geral do Brasil, fossem rechaçadas. Com a unidade da colônia correndo perigo, Mem de Sá mandou vir do reino seu sobrinho Estácio de Sá e o incumbiu de adotar a mesma estratégia dos franceses: arregimentar apoio indígena. Com o apoio de Araribóia os portugueses conseguiram expulsar os franceses e fundaram a cidade São Sebastião do Rio de Janeiro, em 1565. Três anos depois, foi-lhe dado o direito de escolher uma parte das terras da “banda d’além”, ou seja, do outro lado da Baía, para se estabelecer com sua gente. Recebida na forma de sesmaria, a área passou a abrigar a aldeia de São Lourenço, origem da cidade de Niterói (ou “águas escondidas”, na língua indígena), oficialmente criada em 1573.

Após seus feitos ao lado dos portugueses, Araribóia foi batizado e recebeu o nome de Martim Afonso de Sousa e foi agraciado com o Hábito de Cavaleiro da Ordem de Cristo. Para completar, recebeu o posto de capitão-mor da aldeia de São Lourenço e tornou-se proprietário de casas na Rua Direita (atual 1º de Março, rua no centro do Rio de Janeiro), onde residiam os notáveis do Rio de Janeiro, incluindo o governador.


É considerado o fundador da cidade de Niterói, e uma estátua sua pode ser vista no centro da cidade, com os olhos voltados para a baía de Guanabara e a cidade de Niterói sob sua proteção.



fonte

Um comentário:

  1. Tai uma que não sabia, Indios como cavaleiros.
    Este teu texto prova que a História só conta o que interesa. O cotidiano, a história das mentalidades é deixado de lado.
    Bela iniciativa.

    Poderiamos fazer uma parceria?

    Acesse meu blog.
    http://nadirushistoria.blogspot.com
    Nadir...

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